08 junho 2015

Sobre o boicote à Boticário

Vejo no Facebook: alguns cristãos querem reagir à propaganda da Boticário - que mostra casais do mesmo sexo recebendo presentes e se abraçando no Dia dos Namorados - com um boicote. (Escrevo "boicote" e lembro que, quando éramos pequenos, eu e meu irmão nos acabávamos de rir com essa palavra; era popular nos telejornais dos anos 1980.) Quando feito assim, fruto de uma conclamação pública por parte de um setor inteiro da sociedade (lobby gay, igrejas etc.), o boicote não deixa de ser um procedimento baseado na chantagem: "Se você, empresa, continuar exibindo esses valores, a gente vai diminuir seu lucro." E isso é um tanto antipático. Não me entenda mal: acho legítimo e até bacana o indivíduo que deixa de comprar por motivos de consciência (McDonalds, foie gras etc.). Mas se a igreja acredita que deve se levantar para uma grande conclamação contra determinadas marcas, que face está mostrando ao mundo: ódio ou amor? toma-la-dá-cá ou serviço? A face do ódio não combina com sua missão, que é testemunhar Cristo. E temos falhado no serviço à sociedade, deixando de ser criativos na comunicação dos valores cristãos. O politicamente correto, embora fale de amor o tempo todo, trabalha com base no ódio; por isso promove boicotes contra tudo e todos. Não é assim que devemos proceder. É o que penso, pelo menos por enquanto.

5 comentários:

Filipe Santos disse...

Complicado isso, não é mesmo? Como comunicar o amor sem compactuar com os erros do mundo? É algo a se pensar.

Joe Avila disse...

Se você tiver alguma outra forma que nos ajude aqui em casa a demonstrar nossa desaprovação do comercial, estamos totalmente abertos a sugestões.
Mas enquanto não aparece outra, vai ser essa mesma. A hora que acabar o último frasco d'O Boticário, não vamos comprar mais. Simples assim. Não é vingança, é apenas desaprovação. Quiseram nos dar uma idéia diferente de seus produtos? Deram.

Norma disse...

José, note que, no meu texto, eu desaconselho não o boicote privado, como você está fazendo, mas sim o boicote corporativo, o boicote em nome da igreja, com conclamações e estardalhaço.

Carioca disse...

Não é boicote corporativo, Norma.
É boicote de pessoas , de famílias que, vendo-se ludibriadas, decidem alertar umas `as outras e partir pra investir seus recursos em quem temos afinidades.
Quantas Famílias nesse Brasil fizeram d'O Boticário a empresa que é hoje?
O que seria d'O Boticário de não fossem os Dias das Mães, os dias dos Pais, os Dias das Crianças, os dias de NATAL?
Mas é claro que homossexuais e mesmo os lobistas da agenda homossexual, podem e devem comprar nos mesmos lugares, mas se essa empresa de repente resolveu partir pro ativismo gayzista ao investir em um comercial pró-homossexualismo, então é natural que nos surpreendamos.
Na minha casa vai ser como na casa do José Ávila. Quando acabar o último frasco, não vou mais comprar, compro Natura ou coisa melhor. E aconselho meus amigos a fazerem o mesmo, isso não é nada de boicote corporativista, é somente uma mensagem de rejeição.

Unknown disse...

Você é uma pessoa cheia do Espírito Santo! Deus te conserve assim e te dê cada vez mais sabedoria. Maria te guarde!