27 fevereiro 2010

Esquerdismo assassino e seus cúmplices

Em artigo para o Boston Globe, o jornalista Matthew Price conta que perguntaram para o propalado historiador Eric Hobsbawn, leitura obrigatória nas universidades brasileiras, se a perda de vinte milhões de pessoas no regime comunista da antiga União Soviética havia sido justificável. Sem hesitar diante das câmeras de TV, Hobsbawn respondeu: “Sim.”

Há quem diga que o comunismo acabou, mas (que curioso!), mesmo morto, continua matando. Dias depois da publicação do artigo de Price, em março de 2003, houve a chamada Primavera Negra em Cuba, uma onda de prisões de dissidentes do regime castrista. Entre 75 outros cubanos, Orlando Zapata Tamayo foi preso. Seus crimes: “desrespeito, desordem pública e resistência”. Sua pena: 36 anos de detenção. No cárcere, vinha sofrendo graves espancamentos, maus-tratos e tortura psicológica. Quase sete anos depois, no dia 3 de dezembro de 2009, Tamayo decidiu que seu martírio não seria em vão: começou uma greve de fome pelo fim da ditadura em Cuba. O chefe da prisão resolveu “dar uma forcinha” para a greve e mandou que negassem água ao preso. Hospitalizado com falência renal, foi posto nu em um quarto com um forte ar-condicionado e contraiu pneumonia. Em seguida, sem tratamento, foi levado de volta para a prisão, largado para morrer. No dia 23 de fevereiro deste ano, depois de 85 dias sem se alimentar, Tamayo falece.

Diante do ocorrido, qual o veredito de Raúl Castro, irmão do ditador? “A culpa é dos Estados Unidos.”

Graças ao Senhor de toda a justiça, a morte de Tamayo está provocando protestos no mundo inteiro. Os Estados Unidos, a União Europeia e o Canadá exigem a libertação de todos os presos políticos em Cuba (duzentos, segundo os dissidentes). Na República Checa, o parlamento guardou um minuto de silêncio em homenagem a ele. Lech Walesa, líder que trabalhou pelo fim do comunismo na Polônia, está pressionando o governo cubano a favor dos encarcerados, e a Anistia Internacional se pronunciou sobre a repressão violenta do regime. A movimentação chega tarde demais, porém: desde 1957, a Cuba socialista já matou 17 mil diretamente e 83 mil no mar, tentando deixar a ilha.

E o Brasil, o que fez? Lula estava lá e, representando-nos, calou-se diante de tudo isso.

Conta o jornalista que Hobsbawn, cúmplice ideológico do assassinato de milhões de pessoas, alegrou-se muitíssimo com a eleição de Lula para presidente do Brasil. Compreende-se. Diante das mortes simbólicas e reais do mundo socialista, ambos se irmanam em suas justificações. Price também escreve que hoje poucas figuras da envergadura do historiador mantêm a mesma devoção ao comunismo. Isso certamente não é verdade no Brasil. Se fosse, o barulho em torno da morte de Tamayo seria maior. Bem maior. Haveria uma indignação gigantesca contra o silêncio conivente de Lula. ONGs fariam passeatas, ativistas de direitos humanos bradariam de horror. Entre os cristãos, haveria ainda mais protestos. Na igreja protestante brasileiras, pastores iriam a público pedir perdão a seus fiéis por terem apoiado Fidel e seus seguidores — Chávez, Morales, Lula. É isso que espero dos pastores brasileiros. Há muito tempo, na verdade.

E você, cristão esquerdista que apóia Fidel, que gosta de Lula, que anda com a camisa do Che, que louva as maravilhas do socialismo, já se informou? Já pediu suas desculpas em público? Até quando será cúmplice da tirania e do assassinato?

24 fevereiro 2010

Vamos testar a tolerância secular com uma música pop

Um dos maiores sucessos dos Titãs nos anos oitenta foi aquela música Igreja (tem no You Tube), que dizia:

Eu não gosto de padre
Eu não gosto de madre
Eu não gosto de frei

Eu não gosto de bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não digo amém!

Todo mundo adorava! Todo mundo ainda adora os Titãs e o compositor de Igreja, o hoje tão bonzinho, comportadinho e falandinho-de-amor Nando Reis. Mas, pensando bem, o que eles fizeram não é nada de mais. Pelo menos há uns cinquenta anos (pois é, cinquenta anos!), xingar a igreja, falar mal de padre e pastor e enxovalhar o cristianismo é moleza, lugar-comum e não choca ninguém. Assim, lanço aqui uma ideia que todos os cristãos conservadores, protestantes e católicos, poderão aproveitar: testar a tão propalada tolerância do secularismo politicamente correto com uma letra contracultural de verdade, desafiando a religião moderna. Vamos todos então cantar assim:

Eu não gosto de Lênin
Eu não gosto de Stálin
Eu não gosto do Che!

Eu não gosto do Chávez
Não gosto do Morales
Eu não sigo Fidel!

Eu não rezo pra Lula
Eu não voto na Dilma
Eu não sou do PT!
Não! Não!

Eu não gosto de Darwin
Eu não gosto de Dawkins
Nem do tal do big bang

Eu não sou feminista
Não aprovo o aborto
Eu gosto do neném!

Eu não faço parada
Eu não creio nas cotas
Nem festejo Zumbi!

Eu não gosto da esquerda
Eu não entro pra esquerda
Não sou comunistão!
Não!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Não! Não gosto! Eu não gosto!

15 fevereiro 2010

Um belo texto americano para o Valentine's Day

Traduzido por mim daqui
O autor, Ray Ortlund, foi uma indicação do blog do John Piper.

Cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Efésios 5.33

Primeiro, Deus criou Adão e o colocou no Jardim com uma tarefa, uma missão a guardar. Sobre o coração de cada homem caído paira essa dúvida: “Sou homem o suficiente para escalar essa montanha para a qual Deus me chamou? Poderei cumprir meu destino?” A esposa sábia compreenderá essa dúvida nas profundezas do coração de seu esposo. E passará toda uma vida comunicando-se com ele em resposta, de várias maneiras: “Querido, eu acredito em seu chamado. Sei que você pode cumprir sua missão, no poder de Deus. Não desista.” Dessa forma, ela estará insuflando vida em seu amado.

Deus criou Eva a partir de Adão, para Adão, com a finalidade de ajudá-lo a cumprir a tarefa. Sobre o coração de cada mulher caída paira essa dúvida: “Você se agrada de mim? Eu sou o que você queria?” O esposo sábio compreenderá essa dúvida nas profundezas do coração de sua esposa. E passará toda uma vida comunicando-se com ela em resposta, de várias maneiras: “Querida, você é perfeita para mim. Eu amo você. Venha cá me dar um abraço.” Dessa forma, ele estará insuflando vida em sua amada.

03 fevereiro 2010

Coisinhas sobre mim

- Sou tão lenta para aprender as coisas que Deus resolveu compensar amorosamente essa característica, fazendo-me parecer dez anos mais nova. Assim, a passagem do tempo se torna um pouco menos evidente enquanto levo anos amargando as mesmas lições.

- Acho muito feio o uso do verbo “colocar” no sentido de “afirmar”.

- O reconhecimento público é algo que me emociona mais do que eu gostaria (por minha causa: medo do orgulho). Mas não me envergonho nem um pouco de me emocionar com aqueles programas de tv em que famílias unidas ganham casas, gente desconhecida canta bem e casais se reencontram (por causa deles mesmos: não preciso me preocupar com meu próprio orgulho).

- Se eu não me dedicasse às letras, seria musicista, talvez cantora lírica ou vocalista de banda folk-rock-celta-progressivo. (Cantando para louvar a Deus, claro! Se não, tudo seria muito sem graça para mim.) A única arte que eu amo mais que a música é a literatura.

- Odeio o vitimismo moderno. O aplicado vitimista (geralmente, de esquerda) é sempre sem noção. Por exemplo: um editor organiza e publica a única enciclopédia existente na atualidade sobre determinado assunto, convidando a si mesmo para escrever os verbetes mais importantes. No entanto, em cada um dos textos dele (e só nos dele), continua a se queixar de uma “univocidade” no meio, como se fosse o último dos excluídos da roda de experts.